Para o Rodrigo
O PROFESSOR E A ALUNA
O professor entrou na sala de aulas e cumprimentou a turma. Lara ficou estática, a observá-lo, como fazia desde o primeiro dia em que o vira. Quando entrara na faculdade nunca tinha imaginado a possibilidade de se apaixonar por um professor. Porém, ali estava ela, embasbacada a olhar para ele, quase sem respirar. Rodrigo não era um professor qualquer, tinha apenas 22 anos e esse era o primeiro ano em que dava aulas. Lara estava no primeiro ano de enfermagem, um curso muito exigente e não podia dar-se ao luxo de distrair-se com paixões de adolescente, embora ela ainda o fosse. Os seus 18 anos suspiravam por Rodrigo, quando ele se apoiava na mesa e começava a dissertar sobre a matéria, sem nunca olhar para um apontamento. Ele era conhecido na faculdade pela sua inteligência extraordinária, que o tinha conduzido, tão cedo, a um convite para ser professor-assistente.
Naquele dia, Rodrigo estava particularmente inspirado e a aula correu muito bem. Lara esforçou-se por concentrar-se nas palavras e conhecimentos e ignorar a boca sensual e os braços musculados. Aquela era uma tentação a que teria de resistir. De qualquer forma, não havia o mínimo perigo, pois ele não olhava duas vezes para ela durante a aula. Lara sentava-se sempre na última fila, onde podia observá-lo sem dar muito nas vistas.
Não era a única a dedicar uma atenção extra-curricular ao professor. As suas colegas até conseguiam ser bem mais atrevidas. A timidez de Lara não lhe permitia outra atitude que não fosse de mera observadora. Menos mal, ou podia ver-se em situações embaraçosas. Os meses passaram e, no primeiro exame, Lara ficou muito contente porque conseguiu ter a melhor nota da turma. Quando o Rodrigo a elogiou perante todos, ela corou sobre o brilho intenso dos olhos castanhos. Não conseguia anular os sentimentos pelo professor, por mais que tentasse e isso começava a afectar os seus estudos. A única cadeira em que tinha uma nota boa era a dele, porque queria destacar-se pela inteligência.
Depois desse primeiro elogio, Lara dedicava-se a estudar ainda mais para a cadeira de Rodrigo, negligenciando definitivamente todas as outras. No final do primeiro semestre os resultados foram desoladores. Durante as férias, regressou a casa e tentou esquecer a paixoneta pelo professor nos braços do seu antigo namorado. Mais valia estar quieta. Acabou por magoar o rapaz e confirmar que estava mesmo apaixonada pelo Rodrigo. Essa constatação trouxe-lhe uma melancolia permanente, que a acompanhou no regresso às aulas.
A custo conseguiu recuperar as notas nas outras cadeiras, mantendo-se sempre constante na de Rodrigo. Ficava contente com as pequenas migalhas que ele lhe oferecia: a forma como dizia o seu nome, os elogios que amiúde lhe fazia. Depois dessas férias, ele apareceu na faculdade com uma intensa barba escura, que o deixava mais velho mas também terrivelmente sensual. Mais uma vez, andavam todas as raparigas a suspirar por ele e Lara sentia um ciúme despropositado. Corria um boato de que ele já não tinha namorada, o que fazia aumentar o frenesim em seu redor. Lara questionava-se sobre o que pensaria o professor de todas aquelas atenções.
A época de exames deixou-a em pânico. Um dia não aguentou e acabou por desatar a chorar rodeada de livros na biblioteca. Pensava que não estava ninguém por ali e qual não foi o seu espanto quando ouviu a voz de Rodrigo atrás de si.
- Lara, está tudo bem? Posso ajudar em alguma coisa?
A muito custo conseguiu controlar-se e explicar-lhe que tudo não passava de nervos, devido à pressão dos exames. O professor foi muito compreensivo e ofereceu-se para ajudá-la a estudar outras matérias. Nesse dia, ficaram até tarde na biblioteca e Lara nem queria acreditar na sua sorte. A noite apanhou-os desprevenidos. Ele convidou-a para jantar e Lara sentia-se a flutuar. Quando regressou ao seu quarto na residência, Lara estava ainda mais apaixonada por aquele homem.
Apesar de todos os seus receios e nervosismo, ela passou a todas as cadeiras e com notas razoáveis. Agora que o primeiro ano terminou, o alívio por ter conseguido resistir à tentação deixou-a satisfeita. Já tinha idade para ter juízo!
No ano seguinte, o Rodrigo não ia ser seu professor e a distância faria com que os seus sentimentos desaparecessem. Pelo menos era essa a sua esperança…
Andava o campus a fervilhar por causa da última festa antes das férias de verão. Contra a sua tendência natural, Lara decidiu comparecer.
A animação reinava na discoteca, cheia de universitários. Era uma noite para comemorar. Tinha sobrevivido o seu primeiro ano como caloira! Foi com algmuma surpresa que vislumbrou o Rodrigo, que se dirigia para a sua mesa.
- Agora já posso sentar-me num lugar público contigo sem ser acusado de assédio professor/aluna!
Lara nem sabia o que dizer, porque parecia-lhe um sonho. Seria mesmo ele, ali, sentado perto dela, copo na mão a sorrir e a contar graçolas? Desejou que a noite não terminasse, para que ficassem assim durante horas, a partilhar segredos e intimidades. Por fim, a festa chegou ao fim. O Rodrigo ofereceu-se para levá-la a casa, outra grande surpresa.
Depois de estacionar perto da residência, ele insistiu em levá-la até à porta, como um verdadeiro cavalheiro. Antes de ela abrir a porta, ele puxou-a para os seus braços e beijou-a suavemente. Confessou-lhe que andava com vontade de o fazer há algum tempo, mas enquanto fosse seu professor não podia atrever-se.
Não tinha dúvidas sobre os sentimentos dela, porque Lara era quase transparente e o seu amor estava espelhado nos olhos verdes. No meio das carícias, escondidos no canto do prédio, deixaram para trás as regras que os afastaram, e esqueceram-se definitivamente do professor e da aluna.
Naquele dia, Rodrigo estava particularmente inspirado e a aula correu muito bem. Lara esforçou-se por concentrar-se nas palavras e conhecimentos e ignorar a boca sensual e os braços musculados. Aquela era uma tentação a que teria de resistir. De qualquer forma, não havia o mínimo perigo, pois ele não olhava duas vezes para ela durante a aula. Lara sentava-se sempre na última fila, onde podia observá-lo sem dar muito nas vistas.
Não era a única a dedicar uma atenção extra-curricular ao professor. As suas colegas até conseguiam ser bem mais atrevidas. A timidez de Lara não lhe permitia outra atitude que não fosse de mera observadora. Menos mal, ou podia ver-se em situações embaraçosas. Os meses passaram e, no primeiro exame, Lara ficou muito contente porque conseguiu ter a melhor nota da turma. Quando o Rodrigo a elogiou perante todos, ela corou sobre o brilho intenso dos olhos castanhos. Não conseguia anular os sentimentos pelo professor, por mais que tentasse e isso começava a afectar os seus estudos. A única cadeira em que tinha uma nota boa era a dele, porque queria destacar-se pela inteligência.
Depois desse primeiro elogio, Lara dedicava-se a estudar ainda mais para a cadeira de Rodrigo, negligenciando definitivamente todas as outras. No final do primeiro semestre os resultados foram desoladores. Durante as férias, regressou a casa e tentou esquecer a paixoneta pelo professor nos braços do seu antigo namorado. Mais valia estar quieta. Acabou por magoar o rapaz e confirmar que estava mesmo apaixonada pelo Rodrigo. Essa constatação trouxe-lhe uma melancolia permanente, que a acompanhou no regresso às aulas.
A custo conseguiu recuperar as notas nas outras cadeiras, mantendo-se sempre constante na de Rodrigo. Ficava contente com as pequenas migalhas que ele lhe oferecia: a forma como dizia o seu nome, os elogios que amiúde lhe fazia. Depois dessas férias, ele apareceu na faculdade com uma intensa barba escura, que o deixava mais velho mas também terrivelmente sensual. Mais uma vez, andavam todas as raparigas a suspirar por ele e Lara sentia um ciúme despropositado. Corria um boato de que ele já não tinha namorada, o que fazia aumentar o frenesim em seu redor. Lara questionava-se sobre o que pensaria o professor de todas aquelas atenções.
A época de exames deixou-a em pânico. Um dia não aguentou e acabou por desatar a chorar rodeada de livros na biblioteca. Pensava que não estava ninguém por ali e qual não foi o seu espanto quando ouviu a voz de Rodrigo atrás de si.
- Lara, está tudo bem? Posso ajudar em alguma coisa?
A muito custo conseguiu controlar-se e explicar-lhe que tudo não passava de nervos, devido à pressão dos exames. O professor foi muito compreensivo e ofereceu-se para ajudá-la a estudar outras matérias. Nesse dia, ficaram até tarde na biblioteca e Lara nem queria acreditar na sua sorte. A noite apanhou-os desprevenidos. Ele convidou-a para jantar e Lara sentia-se a flutuar. Quando regressou ao seu quarto na residência, Lara estava ainda mais apaixonada por aquele homem.
Apesar de todos os seus receios e nervosismo, ela passou a todas as cadeiras e com notas razoáveis. Agora que o primeiro ano terminou, o alívio por ter conseguido resistir à tentação deixou-a satisfeita. Já tinha idade para ter juízo!
No ano seguinte, o Rodrigo não ia ser seu professor e a distância faria com que os seus sentimentos desaparecessem. Pelo menos era essa a sua esperança…
Andava o campus a fervilhar por causa da última festa antes das férias de verão. Contra a sua tendência natural, Lara decidiu comparecer.
A animação reinava na discoteca, cheia de universitários. Era uma noite para comemorar. Tinha sobrevivido o seu primeiro ano como caloira! Foi com algmuma surpresa que vislumbrou o Rodrigo, que se dirigia para a sua mesa.
- Agora já posso sentar-me num lugar público contigo sem ser acusado de assédio professor/aluna!
Lara nem sabia o que dizer, porque parecia-lhe um sonho. Seria mesmo ele, ali, sentado perto dela, copo na mão a sorrir e a contar graçolas? Desejou que a noite não terminasse, para que ficassem assim durante horas, a partilhar segredos e intimidades. Por fim, a festa chegou ao fim. O Rodrigo ofereceu-se para levá-la a casa, outra grande surpresa.
Depois de estacionar perto da residência, ele insistiu em levá-la até à porta, como um verdadeiro cavalheiro. Antes de ela abrir a porta, ele puxou-a para os seus braços e beijou-a suavemente. Confessou-lhe que andava com vontade de o fazer há algum tempo, mas enquanto fosse seu professor não podia atrever-se.
Não tinha dúvidas sobre os sentimentos dela, porque Lara era quase transparente e o seu amor estava espelhado nos olhos verdes. No meio das carícias, escondidos no canto do prédio, deixaram para trás as regras que os afastaram, e esqueceram-se definitivamente do professor e da aluna.